sexta-feira, 2 de abril de 2010

Silmara, a Esfinge

“Decifras-me... Ou te devoro.”
Traz na face o desafio eterno
Traz na boca um convite a altura
E nos olhos o que mais venero

Sedutora sagaz e incorrigível
Imprevisível nos dotes que traz
Perdi a paz, desde que a vi (perdi a paz)
Padeci de algo indescritível

Horas a fio rememoro cada momento
Dias sem fim a esperar
Não sei se decifro seu pensamento
Ou se a deixo me devorar

Édipo por destino, ou sorte
Não temo nenhum crime capital
Sua ausência sim, esse é o mal
Muito pior que qualquer morte

Vencerei os precipícios, mesmo com dor
– E direi a fera – Sou homem com duas pernas
A esperar por suas pernas
A esperar por seu amor

26 de outubro de 2008

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