sábado, 25 de outubro de 2008

Deriva

Hoje sei o que sentem esses homens do mar
Destes que se lançam rumo ao desconhecido
Que navegam por águas tempestuosas, escuras
E vivem como viviam os primeiros homens

Bravos, enfrentam o oceano magnânimo
Lutam sóis contra a mãe natureza
E em meio ao infinito, tão pequenos, seguem
Com a certeza de que Deus não os esqueceu

Pobres homens; cansados do sol, cansados do sal
Tanto frio! Tamanha solidão! E passam meses...
Os pensamentos se perdem, pouco a pouco
Os homens se afastam, tornam-se inimigos

Chega o tempo em que não se reconhecem
Sentem um vazio imensurável, descomunal
No horizonte, por vezes azul, às vezes negro
Procuram algo que lhes seja familiar

E quando já estão exaustos, exauridos na fé
Regressam em silêncio, refazendo-se
Voltam então aos seus, alegres, com sorrisos nos lábios
Jubilosos de que fizeram algo grandioso

7 de setembro de 2008

Nenhum comentário: